sábado, 18 de março de 2017

Meninos, Mangas e Mangueiras

Meninos, Mangas e Mangueiras.

Autor: Hernandes Fernandes Havishe


Menino de rua
Verdade
Nua e crua

Vara cutuca
Comprida
Pega manga pituca

Sobe, que é melhor
Sacode,  pisa
O Galho, à guisa
Pra não estragar o sabor

Joga o bode, xinga
Na sarrapilheira mete o braço.
Ele é bom de ginga
Tudo pega

Sem ferida, casca limpa
Que sarrapilha, que nada
Modernidade, ráfia, desfiada
Melhor troco, na feira, garimpa

Verde com sal
Piturisca, assim é legal
Corta, fatia, talha
Amarelinha, navalha

Menino de rua
Manga, esse é teu almoço
Chupa a manga, deixa nua
Até o caroço.

Lambuza, passa a mão na roupa
Idéia louca
Toma banho, usa da praça os chafarizes
Meninos, mangas, mangueiras, felizes.




sexta-feira, 10 de março de 2017

Fragmento de um conto ...


Ida de Ignácio ao banco

    Era uma manhã de sol, o movimento do centro comercial começava a esquentar. Os transeuntes passavam se olhando no vidro espelhado do banco, arrumando os cabelos, ajeitando a roupa, verificando se estavam prontos para enfrentar mais um dia de trabalho.

     Uma sensação gostosa tomava conta do senhor Ignácio Catanduva. A delícia de se sentir um cliente VIP, daqueles que tem bala na agulha, o poder proporcionado pela  acumulação monetária, que originou a frase que um dia falou Ignácio: “Quando você não tem dinheiro você espera pelos outros, mas, quando você tem dinheiro os outros esperam por você.”  Dito e feito, não eram oito horas e o gerente já estava a postos, aguardando pelo ilustre cliente de longa data.

- Bom dia senhor Ignácio. Que bons ventos o trazem? Quanto tempo.

Autor: Hernandes Fernandes