sexta-feira, 23 de julho de 2021

BAÍA DO SOL - VISTA DE CIMA

 


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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

 Sim, você é essa coca-cola toda!

Vanelli Doratioto

 Quero te dizer que a vida teria menos encanto se nela você não existisse. Que os dias seriam mais cinzentos sem o teu sorriso, exemplo e palavras pontuais.

Quero te agradecer por você ser essa coca-cola toda e te dizer que já passou da hora de você esquecer o que as pessoas amargas te disseram. Já passou da hora de esquecer daqueles que te pisaram e apontaram que os problemas do mundo estavam em você.

No fundo eles tiveram medo. Tiveram receio da tua alma plena, da sua natureza livre e selvagem. Uma natureza capaz de dizer não para o que os outros dizem sim. Uma natureza capaz de amar sem pudores em um tempo de amores minguados.

Sim, você é o alívio da sede em um deserto repleto de vazio. Você é o horizonte límpido no céu de nossas cidades imaginárias. Você é poesia em tempos de palavras empostadas displicentemente. Você é a brisa calma da tarde em dias sufocantes. Você é um anseio do mundo e traz de mãos dadas contigo a esperança no melhor. Sim, você é essa coca-cola toda!

Você é a gentileza das almas boas, é o abraço demorado do grande amor. Você é a campina verde em meio à poluição. Você é o olhar visionário que anuncia um novo e próspero amanhã. Você é um milagre e os céticos duvidam da tua verdade. Mas você é o que é. Deixe que os céticos duvidem, a magia está em você.

Você é o sopro de incerteza frente às determinações sociais. Você é uma virtude esquecida. Você é o mito ainda não revelado. Você é uma lua única entre a cheia e a crescente.

Você é a aurora boreal dos polos, é a neve em terras secas, é a chuva do sertão.

E quando você se olha, tendo se acostumado com tudo que é, pensa, por vezes, que não tem nada de especial. Mas, mesmo que sua modéstia negue toda a amplidão que a tua presença abrange, basta estar perto de ti para sentir a beleza desse jeito simples de ensinar, viver e amar. Desse jeito simples de trocar o barulho do mundo pelo silêncio de reflexões fortuitas.

Você é a prova certa de que é possível resistir, de que é possível sair da marcha do mundo e ser o que realmente se é, sem estardalhaços. Você é essa coca-cola toda em um tempo louco no qual sucos naturais são vendidos em caixinhas.

Obs. Para quem anima o melhor por onde quer que passe.

 Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Artista paraense é a primeira mulher nortista escolhida para ilustrar produtos da Natura


Radicada em Brasília, Michelle Cunha estampa a edição comemorativa de 20 anos da linha Ekos – castanha do Pará







“Exagerada. Colorida. Vibrante. ” Para Michelle Cunha, artista visual, ilustradora, muralista e arte educadora, só há – desde que entendeu que a vida era arte e a arte, sua vida – essa forma de enxergar o mundo. Com uma influência inconfundível do calor alegre e festivo de sua terra natal, o Pará, Michelle acaba de se tornar a primeira artista nortista a ser escolhida para ilustrar uma linha de produtos da Natura. O trabalho da paraense radicada em Brasília chamou a atenção da empresa, que enxergou em seus traços exatamente aquilo que buscavam para representar a edição comemorativa de 20 anos da Natura Ekos, marca que é símbolo da conexão com a Floresta Amazônica.
Trabalho feito à mão
Para celebrar as duas décadas de existência, produtos da linha Castanha (hidratante, sabonete líquido para as mãos, creme para as mãos e creme para os pés) terão uma embalagem comemorativa criada por Michelle. Segundo a artista, que foi escolhida entre dezenas de profissionais, o processo foi longo e gratificante. “A princípio queriam que eu fizesse algo digitalizado”, lembra Michelle, “mas o meu trabalho é com tinta e foi com esse trabalho que eles se identificaram, então fiz questão de pintar cada esboço. Foi uma trabalheira, pois cada alteração que me pediram eu tinha que redesenhar tudo, então foram dezenas de ilustrações, mas fiquei muito feliz com o resultado final”, conta a paraense.
Mulheres Artistas
Michelle comemora o reconhecimento não apenas no que diz respeito à sua trajetória profissional, mas também como um marco simbólico para dar visibilidade à arte e também às mulheres artistas da região Norte. “É bastante gratificante e simbólico para mim ser a primeira artista paraense que desenha para essa linha de produtos com insumos da Amazônia˜, diz. “A Natura está há 20 anos na região Norte coletando os insumos da Amazônia e nunca uma artista de lá havia sido convidada para fazer esse trabalho, então é uma questão de representativade e visibilidade. É uma porta que demorou, mas que finalmente se abriu não só para mim como para outras manas artistas paraenses. Por mais visibilidade e reconhecimento de que existimos, produzimos coisas maravilhosas e resistimos sendo mulheres artistas da Amazônia”, celebra.
Sobre a artista
Michelle nasceu em Belém e cresceu na cidade de Marituba, em uma rua que terminava em um rio, brincando na mata. Essa experiência, tão profundamente associada à natureza, marca seu trabalho. Em suas palavras, ela é “uma artista mulher da Amazônia”. Ela expressa sua origem com cores fortes e gestos exuberantes. Seja em telas, desenhos, seja em grafite. Michelle é também arte-educadora e ministra oficinas para crianças e adultos no interior do Pará através do projeto voluntário que coordena – Oficinas de Grafite para Mulheres, iniciado em 2012 e que capacita mulheres com o objetivo de ajudar no “empoderamento” de outras artistas. Aos 17 anos abandonou o curso de pedagogia para se dedicar a arte, quando passou a frequentar a Fundação Cultural Curro Velho, em Belém. Em 2006 mudou-se para Brasília e começou a cursar faculdade de artes plásticas. Na capital, descobriu o grafite como linguagem e a ilustração como um caminho para a sustentabilidade. Michelle tem entre seus temas mais recorrentes o universo feminino, a natureza (flores, pássaros, corujas, peixes) e cores vibrantes, ao que ela atribui à visualidade amazônica.
Blog Edgar Lisboa



quinta-feira, 11 de maio de 2017

O menino das sacolas

O Menino das Sacolas                        

Autor: Hernandes Fernandes Havishe




Um grito ecoa em meio ao caos harmonioso, Sacoleiro! Sacola! O vendedor de frutas grita. Eis que aparece um garoto do meio da multidão.
- Não disse seu João, que era só gritar?
- Não é que ele veio mesmo?
- Tá aqui, senhor! Sacola – já abrindo a sacola – Sacola boa, pode levar, é garantida.
E o vendedor de frutas com o lote da promoção na mão, aguardando o desenrolar da negociação.
- Vai levar senhor? – pergunta o garoto para o freguês.
- E quanto é?
- É só dois reais.
- Dois reais!? Tá muito caro.
- Não tá não senhor, veja o modelo, olha essa costura, é reforçada, feita pra aguentar peso. Dá pra levar a feira inteira.
- Não, só dou um real.
- Um real não dá meu patrão, não sou eu que faço, já pego de uma senhora que mora perto de casa e é amiga de minha mãe, eu vendo só pra ajudar a pobre senhora.O marido dela morreu , ela é costureira e faz essas sacolas pra eu vender. Taí, nem eu nem o senhor, deixo por um e cinquenta.
- Tá bom. Vou dar um e cinquenta. Mas, que tá caro, tá caro.
- Obrigado senhor. O senhor fez um ótimo negócio. Muito obrigado. Que Deus lhe abençoe. Até a próxima.
O vendedor colocou as frutas na sacola, seu João pagou e saiu pela feira do ver-o-peso para aproveitar o resto da xêpa.
O sol a pino, quase uma hora da tarde...
Ouvia-se longe – Olha a sacola! Reforçada, só um e cinquenta! O marido morreu e a viúva mandou vender barato! Aproveitem é a última.






  

sábado, 18 de março de 2017

Meninos, Mangas e Mangueiras

Meninos, Mangas e Mangueiras.

Autor: Hernandes Fernandes Havishe


Menino de rua
Verdade
Nua e crua

Vara cutuca
Comprida
Pega manga pituca

Sobe, que é melhor
Sacode,  pisa
O Galho, à guisa
Pra não estragar o sabor

Joga o bode, xinga
Na sarrapilheira mete o braço.
Ele é bom de ginga
Tudo pega

Sem ferida, casca limpa
Que sarrapilha, que nada
Modernidade, ráfia, desfiada
Melhor troco, na feira, garimpa

Verde com sal
Piturisca, assim é legal
Corta, fatia, talha
Amarelinha, navalha

Menino de rua
Manga, esse é teu almoço
Chupa a manga, deixa nua
Até o caroço.

Lambuza, passa a mão na roupa
Idéia louca
Toma banho, usa da praça os chafarizes
Meninos, mangas, mangueiras, felizes.




sexta-feira, 10 de março de 2017

Fragmento de um conto ...


Ida de Ignácio ao banco

    Era uma manhã de sol, o movimento do centro comercial começava a esquentar. Os transeuntes passavam se olhando no vidro espelhado do banco, arrumando os cabelos, ajeitando a roupa, verificando se estavam prontos para enfrentar mais um dia de trabalho.

     Uma sensação gostosa tomava conta do senhor Ignácio Catanduva. A delícia de se sentir um cliente VIP, daqueles que tem bala na agulha, o poder proporcionado pela  acumulação monetária, que originou a frase que um dia falou Ignácio: “Quando você não tem dinheiro você espera pelos outros, mas, quando você tem dinheiro os outros esperam por você.”  Dito e feito, não eram oito horas e o gerente já estava a postos, aguardando pelo ilustre cliente de longa data.

- Bom dia senhor Ignácio. Que bons ventos o trazem? Quanto tempo.

Autor: Hernandes Fernandes