terça-feira, 28 de julho de 2020

Artista paraense é a primeira mulher nortista escolhida para ilustrar produtos da Natura


Radicada em Brasília, Michelle Cunha estampa a edição comemorativa de 20 anos da linha Ekos – castanha do Pará







“Exagerada. Colorida. Vibrante. ” Para Michelle Cunha, artista visual, ilustradora, muralista e arte educadora, só há – desde que entendeu que a vida era arte e a arte, sua vida – essa forma de enxergar o mundo. Com uma influência inconfundível do calor alegre e festivo de sua terra natal, o Pará, Michelle acaba de se tornar a primeira artista nortista a ser escolhida para ilustrar uma linha de produtos da Natura. O trabalho da paraense radicada em Brasília chamou a atenção da empresa, que enxergou em seus traços exatamente aquilo que buscavam para representar a edição comemorativa de 20 anos da Natura Ekos, marca que é símbolo da conexão com a Floresta Amazônica.
Trabalho feito à mão
Para celebrar as duas décadas de existência, produtos da linha Castanha (hidratante, sabonete líquido para as mãos, creme para as mãos e creme para os pés) terão uma embalagem comemorativa criada por Michelle. Segundo a artista, que foi escolhida entre dezenas de profissionais, o processo foi longo e gratificante. “A princípio queriam que eu fizesse algo digitalizado”, lembra Michelle, “mas o meu trabalho é com tinta e foi com esse trabalho que eles se identificaram, então fiz questão de pintar cada esboço. Foi uma trabalheira, pois cada alteração que me pediram eu tinha que redesenhar tudo, então foram dezenas de ilustrações, mas fiquei muito feliz com o resultado final”, conta a paraense.
Mulheres Artistas
Michelle comemora o reconhecimento não apenas no que diz respeito à sua trajetória profissional, mas também como um marco simbólico para dar visibilidade à arte e também às mulheres artistas da região Norte. “É bastante gratificante e simbólico para mim ser a primeira artista paraense que desenha para essa linha de produtos com insumos da Amazônia˜, diz. “A Natura está há 20 anos na região Norte coletando os insumos da Amazônia e nunca uma artista de lá havia sido convidada para fazer esse trabalho, então é uma questão de representativade e visibilidade. É uma porta que demorou, mas que finalmente se abriu não só para mim como para outras manas artistas paraenses. Por mais visibilidade e reconhecimento de que existimos, produzimos coisas maravilhosas e resistimos sendo mulheres artistas da Amazônia”, celebra.
Sobre a artista
Michelle nasceu em Belém e cresceu na cidade de Marituba, em uma rua que terminava em um rio, brincando na mata. Essa experiência, tão profundamente associada à natureza, marca seu trabalho. Em suas palavras, ela é “uma artista mulher da Amazônia”. Ela expressa sua origem com cores fortes e gestos exuberantes. Seja em telas, desenhos, seja em grafite. Michelle é também arte-educadora e ministra oficinas para crianças e adultos no interior do Pará através do projeto voluntário que coordena – Oficinas de Grafite para Mulheres, iniciado em 2012 e que capacita mulheres com o objetivo de ajudar no “empoderamento” de outras artistas. Aos 17 anos abandonou o curso de pedagogia para se dedicar a arte, quando passou a frequentar a Fundação Cultural Curro Velho, em Belém. Em 2006 mudou-se para Brasília e começou a cursar faculdade de artes plásticas. Na capital, descobriu o grafite como linguagem e a ilustração como um caminho para a sustentabilidade. Michelle tem entre seus temas mais recorrentes o universo feminino, a natureza (flores, pássaros, corujas, peixes) e cores vibrantes, ao que ela atribui à visualidade amazônica.
Blog Edgar Lisboa



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